Um dia, morava eu no bairro Floresta, recebi a visita de um velho amigo, poeta , boêmio, também bom goleador, que me convidou “pro crime”. Em um bar, lá pras banda do qüiproquó, perto de uma favela, parece-me, já não me lembro mais, no bairro São Marcos, entre um gole e outro, poesias recitadas pra lá e pra cá, meu amigo, já com o cérebro um tanto turvado pelo “copo”, quis recitar uma poesia e, pela “altura” que se encontrava, não deu conta, mas resolveu escrevê-la pra que eu a lesse e dela conhecimento tomasse. Certo é que, naquele dia, também eu já “arculado”, devo ter lido e guardado o tal papel que, hoje, revendo meus alfarrábios, encontrei, extraindo dele o texto que posto aqui agora.
Abraço do
Capelinha.
Jesus e Madalena
(Autor desconhecido)
Eram três horas da madrugada;
Jesus ia pela calçada, mas não dizia nada.
Eis que de repente, surge à sua frente,
De minissaia e tez morena
A rebolante Madalena que lhe diz com graça:
Jesus, ainda é tão cedo, vamos tomar uma cachaça
Ali no bar do Alfredo?
Jesus lhe respondeu, com um olho fechado e outro aberto:
Ora, por que não, se quando de ti estou perto,
É que me sinto bem?
Lá, Jesus dançou um tango,
com um passo curto e lento de orangotango;
Madalena dançou o maxixe
E ambos rebolaram Boneca de Piche.
À meia luz Madalena beijou os lábios de Jesus
E foram-se embora.
Alguém perguntou: Quem são eles?
- Ora! Não sabeis? Ela é Madalena Modista
e ele é Jesus de Souza, Cirurgião Dentista!
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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