O INSTANTE QUE FICOU
Trouxeste-me alegria: vieste como alguém
que bem de leve e manso pisa um chão agreste,
descalço, sem ferir-se.
E ao chegar, tomaste posse do meu ser,
tornando o espírito possuído do que fala o coração.
E nesta hora, embora o tempo tenha se passado
e o instante da chegada ficado ao longe,
guardo no peito com a saudade,
o terno beijo teu.
B.Hte. 03/02/81
Fernando Capela
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Um dia, morava eu no bairro Floresta, recebi a visita de um velho amigo, poeta , boêmio, também bom goleador, que me convidou “pro crime”. Em um bar, lá pras banda do qüiproquó, perto de uma favela, parece-me, já não me lembro mais, no bairro São Marcos, entre um gole e outro, poesias recitadas pra lá e pra cá, meu amigo, já com o cérebro um tanto turvado pelo “copo”, quis recitar uma poesia e, pela “altura” que se encontrava, não deu conta, mas resolveu escrevê-la pra que eu a lesse e dela conhecimento tomasse. Certo é que, naquele dia, também eu já “arculado”, devo ter lido e guardado o tal papel que, hoje, revendo meus alfarrábios, encontrei, extraindo dele o texto que posto aqui agora.
Abraço do
Capelinha.
Jesus e Madalena
(Autor desconhecido)
Eram três horas da madrugada;
Jesus ia pela calçada, mas não dizia nada.
Eis que de repente, surge à sua frente,
De minissaia e tez morena
A rebolante Madalena que lhe diz com graça:
Jesus, ainda é tão cedo, vamos tomar uma cachaça
Ali no bar do Alfredo?
Jesus lhe respondeu, com um olho fechado e outro aberto:
Ora, por que não, se quando de ti estou perto,
É que me sinto bem?
Lá, Jesus dançou um tango,
com um passo curto e lento de orangotango;
Madalena dançou o maxixe
E ambos rebolaram Boneca de Piche.
À meia luz Madalena beijou os lábios de Jesus
E foram-se embora.
Alguém perguntou: Quem são eles?
- Ora! Não sabeis? Ela é Madalena Modista
e ele é Jesus de Souza, Cirurgião Dentista!
Abraço do
Capelinha.
Jesus e Madalena
(Autor desconhecido)
Eram três horas da madrugada;
Jesus ia pela calçada, mas não dizia nada.
Eis que de repente, surge à sua frente,
De minissaia e tez morena
A rebolante Madalena que lhe diz com graça:
Jesus, ainda é tão cedo, vamos tomar uma cachaça
Ali no bar do Alfredo?
Jesus lhe respondeu, com um olho fechado e outro aberto:
Ora, por que não, se quando de ti estou perto,
É que me sinto bem?
Lá, Jesus dançou um tango,
com um passo curto e lento de orangotango;
Madalena dançou o maxixe
E ambos rebolaram Boneca de Piche.
À meia luz Madalena beijou os lábios de Jesus
E foram-se embora.
Alguém perguntou: Quem são eles?
- Ora! Não sabeis? Ela é Madalena Modista
e ele é Jesus de Souza, Cirurgião Dentista!
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
B O E M I A
Direitos autorais reservados.
O repasse desta só poderá ser
Feito resguardando-se seu inteiro
Teor e forma, não podendo ser,
Em nenhuma hipótese, fracionado.
Não foi em vão, amiga minha, que busquei-te a vida inteira
pra ser minha companheira;
fui a ti por alegria, por amor e por saudade,
e até com ansiedade fui buscar-te na minha dor.
Por amor tu ti me dás - toda inteirinha -
e eu te aceito com carinho, sem pensar, nem de mansinho,
a outros magoar.
Na saudade te encontrei, fazendo-te presente
no lugar de quem ausente quizera encontrar.
E na ansiedade e tristeza - causa suprema da dor -
achei-te pura e sincera, sem uma quimera,
a dar-me o calor.
Sei que tens mais amantes!
Mas antes de tudo tu sabes amar:
te entregas a todos, a todos amando,
pra teu nome ficar.
Ó Boemia!
És prostituta que a todos escuta
se te sabem cantar.
Consolo e prêmio de quem, se boêmio,
te sabe amar.
De Fernando Capelinha Tôrres de Souza
em B. Hte, 22/novembro/1980.
Direitos autorais reservados.
O repasse desta só poderá ser
Feito resguardando-se seu inteiro
Teor e forma, não podendo ser,
Em nenhuma hipótese, fracionado.
Não foi em vão, amiga minha, que busquei-te a vida inteira
pra ser minha companheira;
fui a ti por alegria, por amor e por saudade,
e até com ansiedade fui buscar-te na minha dor.
Por amor tu ti me dás - toda inteirinha -
e eu te aceito com carinho, sem pensar, nem de mansinho,
a outros magoar.
Na saudade te encontrei, fazendo-te presente
no lugar de quem ausente quizera encontrar.
E na ansiedade e tristeza - causa suprema da dor -
achei-te pura e sincera, sem uma quimera,
a dar-me o calor.
Sei que tens mais amantes!
Mas antes de tudo tu sabes amar:
te entregas a todos, a todos amando,
pra teu nome ficar.
Ó Boemia!
És prostituta que a todos escuta
se te sabem cantar.
Consolo e prêmio de quem, se boêmio,
te sabe amar.
De Fernando Capelinha Tôrres de Souza
em B. Hte, 22/novembro/1980.
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